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Estrutura pioneira instalada no km 271 reconecta fragmentos, proporciona travessia segura de fauna arborícola e marca avanço na integração entre infraestrutura e conservação na Amazônia.

Manaus (AM), 10 de julho de 2025 – Em um marco importante para a conservação da biodiversidade amazônica, foi realizado nesta quarta-feira (10) o evento oficial de Assinatura do Termo de Doação da Passagem Superior de Fauna instalada no km 271,0 da BR-319/AM-RO. A solenidade ocorreu no auditório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em Manaus, reunindo representantes de instituições públicas, organizações ambientais e empresas envolvidas no projeto.

A estrutura doada ao DNIT foi idealizada como uma ação concreta de mitigação de impactos ambientais provocados pela rodovia. O projeto foi elaborado pela consultoria especializada ViaFauna, liderado pela Dra. Fernanda Abra, e sua instalação executada pela WCS Brasil, com apoio da própria ViaFauna, além de empresas construtoras, supervisoras de obras e a gestora ambiental contratadas pelo DNIT.

A passagem superior de fauna consiste em uma rede de cabos conectados por postes de concreto e tubos de polietileno de alta densidade (PEAD), permitindo que a fauna arborícola atravesse a rodovia com segurança, reduzindo atropelamentos e promovendo a reconexão entre fragmentos de floresta.

Segundo o DNIT, os principais benefícios ecológicos das passagens superiores incluem:

  • Redução da mortalidade de animais silvestres;
  • Conexão de habitats antes fragmentados;
  • Preservação da diversidade genética das populações;
  • Conservação de espécies ameaçadas;
  • Educação ambiental e conscientização da sociedade;
  • Fortalecimento de serviços ecossistêmicos.

Durante o evento, a WCS Brasil apresentou um vídeo explicativo sobre a importância e o funcionamento das passagens de fauna, seguido por uma apresentação técnica do DNIT, que destacou as etapas do projeto e os materiais utilizados. Os postes de concreto utilizados têm durabilidade estimada de 35 anos, enquanto os tubos de PEAD variam de 20 a 50 anos, assegurando a longevidade da estrutura.

Monitoramento e legado

O monitoramento da passagem é feito por câmeras instaladas pela WCS Brasil. A partir da assinatura do termo, esses equipamentos passam a ser oficialmente responsabilidade do DNIT, que dará continuidade ao acompanhamento da efetividade da estrutura.

Em carta dirigida ao DNIT, a WCS Brasil destacou o caráter pioneiro da iniciativa: “Nosso intuito é doar ao DNIT uma estrutura para melhorar a efetividade da mitigação de impactos para a fauna arborícola local que possa servir como piloto demonstrativo e modelo para novas passagens ao longo do traçado da BR-319, conforme estabelecido em seu EIA-RIMA.”

Marcos Amend, diretor-executivo da WCS Brasil, afirmou que é possível reconstruir caminhos sem destruir os que a natureza construiu ao longo de milhares de anos. “Estamos aqui para somar esforços, colaborar na busca de soluções e fortalecer a governança ambiental, porque sabemos que o verdadeiro desenvolvimento é aquele que respeita a vida. Nosso compromisso é com um futuro em que a BR-319 possa coexistir com a floresta em pé e com todos os serviços ecossistêmicos que ela oferece à sociedade”, assegurou.

A cerimônia reforça a importância da integração entre ciência, gestão pública e responsabilidade socioambiental na infraestrutura viária da Amazônia, apontando para caminhos mais sustentáveis e responsáveis em regiões de elevada sensibilidade ecológica.

Fotos: Indiara Bessa/WCS Brasil (evento); Michael Dantas/WCS Brasil (passagem de fauna)

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