Exploração

Exploração

Notícias WCS Brasil

15

Iniciando os trabalhos de 2025, a WCS divulgou o relatório "Memórias do evento - Workshop Internacional sobre Tráfico de Psitacídeos", reunindo as principais discussões, descobertas e conclusões do evento realizado em dezembro de 2024, em Foz do Iguaçu, e que reuniu 30 especialistas de diversas áreas – academia, forças de segurança, órgãos ambientais e sociedade civil – para fortalecer redes de colaboração e aprofundar a compreensão sobre a cadeia de suprimentos do tráfico de psitacídeos (araras, papagaios e periquitos) na América do Sul, com foco no Brasil. 

Organizado com o apoio do Ministério Federal do Meio Ambiente da Alemanha e da Seção de Assuntos Antinarcóticos dos Estados Unidos, o workshop contou com a participação de representantes do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Suriname. O evento teve como objetivo aprofundar a compreensão sobre a cadeia de tráfico de psitacídeos, identificar pontos críticos de intervenção e fortalecer a cooperação internacional para enfrentar essa ameaça à biodiversidade. 

Entre os participantes brasileiros estavam servidores do ICMBio, IBAMA, Polícia Federal, Receita Federal, Parque das Aves, Itaipu Binacional e Instituto Arara Azul. 

Os participantes analisaram os diferentes atores envolvidos e suas motivações, identificando pontos críticos de intervenção. As autoridades presentes destacaram que o tráfico de psitacídeos na região se concentra principalmente na coleta e transporte de ovos e indivíduos adultos, envolvendo diversas nacionalidades. 

Principais destaques do evento 

O relatório revela dados alarmantes sobre o tráfico de psitacídeos na América do Sul e suas consequências para o meio ambiente. Entre os principais pontos abordados estão: 

  • Brasil: A falta de sistematização de dados e a dificuldade de vigilância em suas vastas fronteiras foram destacadas como desafios críticos. Casos de apreensões de aves brasileiras em Hong Kong, Panamá e Taiwan revelaram a complexidade das rotas internacionais do tráfico. 

  • Argentina: As autoridades apresentaram casos de operações bem-sucedidas contra o comércio ilegal de psitacídeos, ressaltando a necessidade de fortalecer a cooperação transnacional e integrar esforços de inteligência. 

  • Bolívia: O tráfico da arara-barba-azul e da arara-de-testa-vermelha, ambas espécies em perigo crítico, foi um dos focos da discussão. A falta de redes de comunicação para alertas imediatos e o desafio da corrupção foram apontados como obstáculos para o combate eficaz ao problema. 

  • Paraguai: Identificaram-se rotas estratégicas do tráfico, incluindo o Rio Paraguai e a Ponte da Amizade. Casos recentes, como a apreensão de ovos de psitacídeos em aeroportos, demonstraram a necessidade de maior controle nas fronteiras e reforço da fiscalização. 

  • Suriname: O relatório destacou a relação do tráfico de aves com a corrupção em postos de fronteira e a participação de comunidades indígenas na cadeia de comércio ilegal. 

Metodologias e estratégias discutidas 

O workshop apresentou abordagens inovadoras para o combate ao tráfico de psitacídeos, incluindo a introdução da Ciência do Crime e do modelo S.A.R.A. (Scanner, Análise, Resposta e Avaliação). Foram aplicados métodos como: 

  • Triângulo de Análise de Problemas: ferramenta usada para identificar fatores-chave no crime e pontos vulneráveis na cadeia do tráfico. 

  • Desenvolvimento de roteiros criminais: técnica para entender o modus operandi dos traficantes e identificar oportunidades para intervenção. 

  • Análise das partes interessadas: avaliação dos diferentes atores envolvidos na dinâmica do tráfico e como mobilizá-los para ações preventivas e repressivas. 

Conclusões e recomendações do relatório 

Com base nas discussões do workshop, o relatório apresenta recomendações para fortalecer o combate ao tráfico de psitacídeos: 

  • Aprimoramento da cooperação internacional: a troca de informações entre países é essencial para o rastreamento das rotas e a identificação de traficantes. 

  • Fortalecimento da coleta e análise de dados: é fundamental sistematizar informações sobre as atividades ilegais para direcionar investigações e ações preventivas. 

  • Reforço das penalidades e capacitação de autoridades: sanções mais severas e treinamento especializado para forças de segurança e promotores podem aumentar a eficácia das operações contra o tráfico. 

  • Campanhas de conscientização e educação ambiental: reduzir a demanda por animais silvestres como pets é um passo crucial para diminuir o tráfico de psitacídeos. 

Compromisso com a continuidade das ações 

O relatório reforça o compromisso dos participantes em continuar fortalecendo as estratégias conjuntas para o combate ao tráfico de psitacídeos na América do Sul. O evento foi um marco na construção de redes de colaboração que poderão trazer avanços concretos na proteção dessas espécies ameaçadas. 

Importância da conservação das espécies 

​​O trabalho de conservação de psitacídeos na América do Sul é fundamental para a preservação da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas. Araras, papagaios e periquitos desempenham um papel essencial na dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração das florestas. No entanto, essas aves estão ameaçadas, principalmente, por atividades de tráfico, que reduzem suas populações e podem levar espécies à extinção. Projetos de conservação, fiscalização rigorosa, conscientização da população e workshops para troca de conhecimentos são indispensáveis para combater esse comércio e garantir a sobrevivência dessas aves. 

Actions: E-mail | Permalink |

Pessoal chave

Parceiros incluem

Copyright 2007-2021 by Wildlife Conservation Society

WCS, the "W" logo, WE STAND FOR WILDLIFE, I STAND FOR WILDLIFE, and STAND FOR WILDLIFE are service marks of Wildlife Conservation Society.

Contact Information
Address: 2300 Southern Boulevard Bronx, New York 10460 | (718) 220-5100