ibessa posted on fevereiro 15, 2025 19:39

Iniciando os trabalhos de 2025, a WCS divulgou o relatório "Memórias do evento - Workshop Internacional sobre Tráfico de Psitacídeos", reunindo as principais discussões, descobertas e conclusões do evento realizado em dezembro de 2024, em Foz do Iguaçu, e que reuniu 30 especialistas de diversas áreas – academia, forças de segurança, órgãos ambientais e sociedade civil – para fortalecer redes de colaboração e aprofundar a compreensão sobre a cadeia de suprimentos do tráfico de psitacídeos (araras, papagaios e periquitos) na América do Sul, com foco no Brasil.
Organizado com o apoio do Ministério Federal do Meio Ambiente da Alemanha e da Seção de Assuntos Antinarcóticos dos Estados Unidos, o workshop contou com a participação de representantes do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Suriname. O evento teve como objetivo aprofundar a compreensão sobre a cadeia de tráfico de psitacídeos, identificar pontos críticos de intervenção e fortalecer a cooperação internacional para enfrentar essa ameaça à biodiversidade.
Entre os participantes brasileiros estavam servidores do ICMBio, IBAMA, Polícia Federal, Receita Federal, Parque das Aves, Itaipu Binacional e Instituto Arara Azul.
Os participantes analisaram os diferentes atores envolvidos e suas motivações, identificando pontos críticos de intervenção. As autoridades presentes destacaram que o tráfico de psitacídeos na região se concentra principalmente na coleta e transporte de ovos e indivíduos adultos, envolvendo diversas nacionalidades.
Principais destaques do evento
O relatório revela dados alarmantes sobre o tráfico de psitacídeos na América do Sul e suas consequências para o meio ambiente. Entre os principais pontos abordados estão:
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Bolívia: O tráfico da arara-barba-azul e da arara-de-testa-vermelha, ambas espécies em perigo crítico, foi um dos focos da discussão. A falta de redes de comunicação para alertas imediatos e o desafio da corrupção foram apontados como obstáculos para o combate eficaz ao problema.
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Paraguai: Identificaram-se rotas estratégicas do tráfico, incluindo o Rio Paraguai e a Ponte da Amizade. Casos recentes, como a apreensão de ovos de psitacídeos em aeroportos, demonstraram a necessidade de maior controle nas fronteiras e reforço da fiscalização.
Metodologias e estratégias discutidas
O workshop apresentou abordagens inovadoras para o combate ao tráfico de psitacídeos, incluindo a introdução da Ciência do Crime e do modelo S.A.R.A. (Scanner, Análise, Resposta e Avaliação). Foram aplicados métodos como:
Conclusões e recomendações do relatório
Com base nas discussões do workshop, o relatório apresenta recomendações para fortalecer o combate ao tráfico de psitacídeos:
Compromisso com a continuidade das ações
O relatório reforça o compromisso dos participantes em continuar fortalecendo as estratégias conjuntas para o combate ao tráfico de psitacídeos na América do Sul. O evento foi um marco na construção de redes de colaboração que poderão trazer avanços concretos na proteção dessas espécies ameaçadas.
Importância da conservação das espécies
O trabalho de conservação de psitacídeos na América do Sul é fundamental para a preservação da biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas. Araras, papagaios e periquitos desempenham um papel essencial na dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração das florestas. No entanto, essas aves estão ameaçadas, principalmente, por atividades de tráfico, que reduzem suas populações e podem levar espécies à extinção. Projetos de conservação, fiscalização rigorosa, conscientização da população e workshops para troca de conhecimentos são indispensáveis para combater esse comércio e garantir a sobrevivência dessas aves.