WCS Brasil aponta sinergia e compartilhamento de informações como um dos principais ganhos no encontro, que ainda discutiu políticas sociais e empoderamento de comunidades.
Entre os dias 25 e 27 de agosto, dezenas de representantes de Organizações Não-Governamentais, poder público e sociedade civil estiveram reunidos em Manaus durante o II Seminário Visões do Rio Negro. O objetivo do evento, organizado pela Rede Rio Negro, foi discutir questões ligadas à região, como ordenamento territorial, turismo, economia e agricultura, além de agregar ideias e formar propostas para os próximos cinco anos de trabalho na região.
Para o diretor da WCS Brasil, Carlos Durigan, o seminário foi um espaço fundamental para discutir e compartilhar conhecimento. Tudo isso de forma muito rica, já que participaram representantes das mais diferentes esferas da sociedade e regiões da Bacia do Rio Negro.
“Oito anos atrás, a Rede se reuniu em um evento como este. Retornamos agora com a proposta de unir conhecimentos e esforços em busca do fortalecimento e da preservação deste local. A Bacia do Rio Negro, ao contrário de outras regiões amazônicas, ainda é riquíssimo em culturas e biodiversidade. O que caracteriza esta região como estratégica para a conservação da maior floresta tropical do mundo e, para garantir sua preservação, o trabalho em parceria será sempre essencial”, conta Durigan.
Os presentes participaram de dois dias intensos de palestras que evidenciaram a riqueza e os problemas vivenciados pelo Rio Negro e todas as comunidades às suas margens. O primeiro dia foi focado em políticas sociais, infraestrutura e ordenamento territorial. Já na quinta-feira, os temas giraram em torno do turismo, da economia sustentável e da produção de conhecimento. Entre os principais temas que permearam todo o seminário, esteve o empoderamento das comunidades e a participação direta de índios e ribeirinhos na construção de uma realidade cada vez mais próspera, que não subestime o conhecimento tradicional, repassado através de suas gerações, frente a um mundo cada vez mais industrializado.
Um exemplo é a pimenta Baniwa, fabricada por indígenas da etnia de mesmo nome. Anos atrás, as mulheres produziam a iguaria em suas casas, individualmente, e hoje, o produto, feito no Rio Negro, já é vendido em diversas cidades e recebeu importantes premiações. “Isso só foi possível por causa das escolas e da valorização do conhecimento do povo Baniwa. Hoje, nossa pimenta ajuda na economia do nosso povo e permite que sejamos cada vez mais conhecidos e valorizados”, ressaltou o líder comunitário André Baniwa.
Já na quinta-feira, os participantes se reuniram em pequenos grupos e criaram proposições relacionadas aos principais temas debatidos durante as palestras. Para conhecer mais sobre a Rede Rio Negro e ter mais informações sobre o seminário, acesse o site http://rederionegro.socioambiental.org/.
Fazem parte do núcleo da Rede: Instituto Socioambiental (ISA), Fundação Vitória Amazônica (FVA), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE), Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami (SECOYA) e World Wide Found for Nature (WWF Brasil).