
WCS Brasil reafirma compromisso com os direitos dos povos originários durante a Pré-COP Indígena, em Brasília.
Lideranças indígenas da Bacia Amazônica e de todos os biomas brasileiros se reuniram em Brasília (DF), de 2 a 5 de junho, para a Pré-COP30 Indígena, um marco preparatório para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém do Pará, em novembro de 2025. A WCS Brasil, que atua na defesa dos direitos indígenas e da sociobiodiversidade amazônica, esteve presente no evento, reforçando seu apoio ao protagonismo dos povos originários nas decisões climáticas globais. A Pré-COP Indígena foi liderada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).
No último, dos quatro dias de debates e articulações políticas, foi entregue à Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a Declaração dos Povos Indígenas da Amazônia, documento histórico que estabelece diretrizes e prioridades indígenas para a COP30. Os povos originários deixaram claro: “Seremos os anfitriões e protagonistas da COP30. Pela primeira vez, o mundo discutirá o futuro climático em nosso território, dentro da Amazônia”.

Entre as principais demandas estão o reconhecimento e proteção dos territórios indígenas, a garantia de financiamento climático direto às organizações indígenas, a participação plena e efetiva nas decisões internacionais e o reconhecimento dos conhecimentos tradicionais como estratégias legítimas de mitigação e adaptação climática.
A Amazônia, que abriga cerca de 340 povos indígenas e possui um papel vital na regulação climática global, enfrenta hoje um ponto crítico de degradação ambiental. “A floresta fala por nós e sua voz ecoa com urgência”, afirmam os signatários da declaração. Eles também exigem que a COP30 reconheça legalmente os territórios indígenas como zonas livres de atividades extrativas e incorpore a proteção de defensoras e defensores indígenas como parte das políticas climáticas.
Para a WCS Brasil, que apoia o fortalecimento da governança indígena, participar da Pré-COP Indígena é reafirmar o compromisso com uma transição climática justa, construída a partir do respeito aos direitos coletivos e da valorização das soluções já existentes nos territórios tradicionais.
“Estar presente na Pré-COP Indígena, participar da construção conjunta de uma agenda climática e apoiar a causa é reconhecer que os povos indígenas são autoridades do clima, guardiões da maior floresta tropical do planeta e protagonistas de qualquer futuro sustentável possível”, destaca Ana Luiza Melgaço, especialista em articulação com povos indígenas, da WCS Brasil.
A Pré-COP Indígena também reforçou a necessidade de engajamento multissetorial, envolvendo governos, setor privado, sociedade civil e financiadores. Como destacou a declaração final, “manter a Amazônia viva é manter o planeta de pé”.
A WCS Brasil seguirá somando esforços com as lideranças indígenas rumo à COP30, atuando para que suas vozes sejam ouvidas e incorporadas como pilares das decisões climáticas globais.
Confira na íntegra a Declaração dos Povos Indígenas da Amazônia