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Por: Ana Cíntia Guazzelli
As programações de viagens pela região amazônica sempre evoluem! Isso é certo. Tínhamos planejado pegar a estrada, na segunda etapa da viagem, às 5h30 de sexta-feira, 18. Entretanto, o pneu furado do dia anterior nos forçou a aguardar a abertura das lojas em Porto Velho, para a compra de um novo (perda total). Também foi preciso garantir o rancho (comida) para os dias que seguiriam em lugar remoto, sem nenhuma possibilidade de abastecimento, a não ser por carne de caça e pesca, que certamente não seriam nossas opções.
Assim, às 9h30, deixamos Porto Velho, pela BR-364, principal rodovia de escoamento da safra de grãos e carne de Rondônia. O dinamismo do dia anterior, em seu sentido mais amplo, cedeu lugar à monotonia da paisagem em nosso novo trajeto. Tanto de um lado quanto do outro da estrada, avistava-se praticamente as mesmas cenas: pastos enormes a se perderem da vista; rebanhos de gados de quando em quando e fazendas. Só. Nada de grandes extensões de mata fechada, a não ser ilhotas isoladas de verde, claramente de Reserva Legal.
Em contrapartida, a nossa companheira S10 que sofreu bastante com a precária situação da BR-319, no dia anterior, deslizava tranquila sobre o asfalto lisinho, em alta velocidade, enquanto eu, Camila e o Naldo, ao som baixinho de Marisa Monte, falávamos da vida, compartilhando histórias e divagando sobre as gritantes diferenças e contrates das tantas Amazônias existentes no maior bioma brasileiro, que ainda abriga a maior floresta tropical do mundo.
Se por um lado, aqui em Rondônia, a infraestrutura disponível proporciona aparente ideia de ‘desenvolvimento’ e cuidado, se comparada à maioria das cidades do estado do Amazonas, por outro, salta aos olhos e emudece o coração o retrato cruel da destruição florestal.
Como podemos abraçar o desenvolvimento real sem sufocar o que é vital? Seguimos em busca da harmonia entre o avançar e a conservação da natureza. Seguimos deixando que o amor pela Amazônia nos guie, inspirando ações que celebrem a vida em todas as suas formas.
A aridez da paisagem e a vontade de chegar logo na última parada antes de encontrarmos as tartarugas nos desestimularam a caprichar nas fotos. Por isso, peço desculpas, mas garanto que a partir de amanhã boas surpresas lhes aguardam.
Continuamos No Rumo das Tartarugas. Você vem junto?