Ameaças
Pantanal
Pelo fato de mais de 95% do Pantanal brasileiro (70% do
total) e do Cerrado entorno serem propriedades privadas, a região tem sido vulnerável à recentes (últimos 50 anos) ameaças econômicas que vem impulsionando o desmatamento em grande escala e o desenvolvimento agrícola.
Nos planaltos que drenam para o Pantanal, cerca de 60% das florestas do Cerrado foram retiradas e convertidas em cultivos comerciais (por exemplo, soja, milho e algodão) ou em pastagens exóticas (não nativas). Na planície pantaneira, onde as savanas nativas abertas naturalmente têm sido utilizadas para pastagem de gado por mais de 200 anos, e onde os solos não são adequados para a maioria das culturas, cerca de 15 a 20% da vegetação nativa foi convertida em pastagem exóticas.Além disso, as práticas ineficientes de uso da terra em sítios e fazendas têm agravado os impactos ambientais associados ao desmatamento e conversão de vegetação nativa.
Para o Pantanal e Cerrado entorno as consequências de longo e curto prazo relacionadas ao desmatamento, as conversões de vegetação nativa e práticas ineficientes de uso da terra, incluem: aumento das emissões de CO2 que contribuem para a mudança climática,alterações hidrológicas capazes de secar nascentes e diminuir a inundação das zonas úmidas, erosão e sedimentação acelerada que obstruem e desviam rios na planície, fragmentação da cobertura vegetal nativa, causando extinções locais de espécies que necessitam de grandes áreas, eutrofização (enriquecimento denutrientes) de ambientes aquáticos, degradação da qualidade da água, aumento do risco de transmissão de doenças entre os animais selvagens e gado doméstico, aumento dos conflitos entre seres humanos e grandes felinos, conforme a cobertura florestal nativa presas se tornam escassos, e perdas de serviços ecossistêmicos e da biodiversidade.