Determinar as melhores áreas do estado para criar novas unidades de conservação da Caatinga. Esse é o objetivo de uma equipe de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), envolvidos no Projeto Caatinga Potiguar.
A iniciativa pretende assessorar órgãos estaduais dedicados ao meio ambiente realizando o levantamento ambiental de toda a porção do bioma típico do semiárido e presente no Rio Grande do Norte.
A ideia é fornecer estudos detalhados que fundamentem a ampliação do espaço de caatinga protegido permanentemente por lei no estado, que hoje corresponde a cerca de 1% da extensão existente, além de recolher informações padronizadas sobre a biodiversidade de aves, répteis e mamíferos na região.
Para registrar os mamíferos em seu habitat natural, o grupo utiliza armadilhas fotográficas. Além disso, serão realizados mapeamentos participativos de uso e ocupação das áreas apontadas como importantes para a conservação e uma pesquisa envolvendo diretamente as comunidades afetadas por possíveis ações de criação de unidades de conservação.Até hoje, 45% da cobertura original da caatinga potiguar foi removida, e a taxa de desmatamento média – calculada entre 2002 e 2008 – é de 0,68% ao ano.
Segundo um dos coordenadores do projeto, Carlos Fonseca, o estudo tem papel importante na conservação do bioma. “Essa pesquisa tem o potencial de mudar a política ambiental do estado”, ressalta.A partir dos dados obtidos, os cientistas querem convencer o poder público quanto à necessidade de criação de novas áreas protegidas. As informações também servirão de base para a produção de duas teses de doutorado e de quatro dissertações de mestrado por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia.
O grupo de pesquisadores visa ainda a formalização de um grupo de pesquisa na UFRN voltado à conservação da caatinga.A ideia surgiu a partir das constatações de que havia uma lacuna de informações científicas sobre a diversidade de espécies de animais na caatinga do RN e um grande déficit de áreas protegidas nessa região. “Todas as áreas de preservação criadas na Caatinga foram aleatórias, sem políticas públicas consistentes para a devida conservação”, avalia Marina Antongiovanni da Fonseca, consultora e pesquisadora do projeto.
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