Iniciativa integra ações voltadas à implementação do Mosaico do Baixo Rio Madeira, promovendo práticas produtivas sustentáveis e o fortalecimento das comunidades locais.

Moradores da comunidade São Sebastião do Igapó-Açu, durante atividade de diagnóstico participativo. Foto: IESA
A primeira quinzena do mês de outubro foi marcada pela realização de oficinas de agroecologia voltadas para comunitários que residem ao longo da BR-319. Sob responsabilidade do agroecólogo Sidney Castro de Oliveira, presidente do Instituto de Empreendedorismo Socioambiental da Amazônia (IESA), a ação atende a uma das demandas apresentadas pelos participantes da II Reunião do Mosaico do Baixo Rio Madeira, realizada em maio deste ano, e tem como objetivo fortalecer práticas sustentáveis de produção de alimentos nas comunidades da região.
As atividades ocorreram em duas etapas e contaram com diagnósticos participativos, trocas de saberes e a definição de locais para a implantação de unidades demonstrativas de agroecologia em escolas comunitárias.
A primeira etapa foi realizada nos dias 2 e 3 de outubro, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Igapó Açu, com visitas às comunidades São Sebastião do Igapó Açu, Nova Geração e Jacaretinga. Durante os encontros, cerca de 20 comunitários participantes discutiram o interesse nas práticas agroecológicas, os produtos e derivados de hortaliças e tubérculos mais utilizados e o conhecimento sobre Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs).
Ao final, ficou definido que a unidade demonstrativa será implantada na escola da comunidade São Sebastião do Igapó Açu, beneficiando diretamente as crianças e, de forma indireta, toda a comunidade.

Comunitárias contribuíram para o planejamento da atividade. Foto: Rosivan Moura
A segunda etapa ocorreu nos dias 7 e 8 de outubro, na comunidade Tupana (km 160 da BR-319). Em diálogo com as gestoras da escola local, ficou acordado que a unidade demonstrativa também será instalada na escola, aproveitando a estrutura existente — como o apoio de vigias e merendeiras — para garantir o cuidado com o espaço.
A proposta é criar uma horta diversificada, com uso dos produtos na merenda escolar e possibilidade de comercialização do excedente, ampliando os benefícios nutricionais e econômicos para a comunidade.
Segundo Rosivan Moura, assistente técnico se conservação, da WCS Brasil, que acompanhou as atividades, "o objetivo das oficinas de agroecologia não é ensinar os comunitários a plantar hortaliças, mas mostrar as diversas possibilidades de preparação do solo, de variedades que podem ser cultivadas juntas, dividindo o mesmo espaço e agregando a oferta para as famílias, além da sensibilização quanto ao reaproveitamento de orgânicos no uso da compostagem e produtos livres de agrotóxicos".
O próximo passo será a instalação das unidades demonstrativas, prevista para novembro deste ano, consolidando o envolvimento das escolas e famílias locais. As atividades são coordenadas pela WCS Brasil, com apoio da Fundação Segré.