
Capacitação promovida internamente pela WCS AAO reuniu colaboradores de sete países da América do Sul e foi ministrada por referência mundial na área
Bogotá, Colômbia - Nos dias 10 e 11 de junho, 19 colaboradores da Wildlife Conservation Society (WCS) participaram da capacitação internacional “Formação em Ciências Criminais aplicadas no Combate ao Tráfico de Vida Silvestre”, realizada em Bogotá, Colômbia. O curso foi oferecido internamente pela WCS Andes, Amazônia, Orinoco (AAO) e contou com representantes da WCS de sete países sul-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru.
A formação foi conduzida pela Dra. Gohar Petrossian, professora da City University of New York, John Jay College, reconhecida globalmente como referência em Ciências Criminais aplicadas a crimes contra a natureza. O objetivo foi fortalecer a capacidade técnica dos profissionais na prevenção e combate ao tráfico de vida silvestre, com ênfase em estratégias baseadas em evidências.
Durante os dois dias de treinamento intensivo, os participantes aprofundaram seus conhecimentos em metodologias da criminologia moderna, como análise de padrões espaciais e temporais da criminalidade, teoria da escolha racional, triângulo do crime e o modelo SARA (Scanning, Analysis, Response and Assessment). A programação incluiu ainda sessões práticas com ferramentas como CHEERS, 5W1H e roteiros de delitos, voltadas à resolução de problemas ambientais reais.

“É urgente incorporar técnicas de investigação criminal à conservação, sobretudo frente à sofisticação das redes de tráfico de fauna. Este curso nos oferece instrumentos para entender e responder melhor aos padrões de delitos ambientais”, avaliou Antônio Carvalho, único participante da WCS Brasil.
No segundo dia, o foco foi voltado à análise e resposta aos crimes, com destaque para o diagnóstico de pontos críticos, a aplicação da regra 80/20, a identificação de concentrações delitivas e a prevenção situacional. As atividades incluíram observações e simulações baseadas em casos reais, promovendo o exercício prático das abordagens discutidas.
“Trabalhar com inteligência criminal nos permite sair da lógica apenas reativa. Podemos antecipar comportamentos e planejar intervenções mais estratégicas para proteger a biodiversidade”, reforçou Antônio.
A iniciativa integra o esforço regional da WCS para fortalecer a atuação institucional frente aos crimes ambientais, promovendo a integração entre os setores de segurança pública e conservação. O investimento em conhecimento técnico qualificado visa ampliar a eficácia das estratégias adotadas na proteção da sociobiodiversidade amazônica e de outros biomas sul-americanos.