A Conferência das Partes (COP) 19 da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Silvestres em Perigo de Extinção (CITES) é uma esperança para a sobrevivência de dezenas de espécies de tartarugas ao redor do mundo. Entre as discussões da conferência, que ocorre até o dia 25 de novembro no Panamá, estão propostas para proteger três espécies encontradas na Amazônia brasileira.
“As tartarugas representam um dos grupos de vertebrados mais severamente ameaçados. Eles são particularmente vulneráveis ao comércio por comerciantes de animais de estimação ou colecionadores particulares de espécies raras. Ao todo, 61% das espécies de tartarugas são vulneráveis à extinção ou já extintas”, explicou a Dra. Susan Lieberman, vice-presidente de Política Internacional da WCS, em um evento especial sobre a necessidade de aumentar a proteção de mais de uma dúzia de espécies de tartarugas pela CITES COP 19.
“De certa forma, o CITES COP19 é a COP dos répteis porque muitas propostas estão focadas em proteger os répteis do comércio cada vez mais insustentável. No entanto, a CITES não trata de apontar o dedo; trata-se de cooperar com os países membros, e somos encorajados pelo fato de as propostas virem dos próprios países da região. Além disso, mais de 150 biólogos de tartarugas assinaram uma carta apoiando todas as 12 propostas. Em particular, a WCS recomenda a adoção de propostas para proteger as tartarugas-jacaré e as tartarugas mata-mata, que têm maturidade sexual tardia, vida adulta reprodutiva longa, o que as torna particularmente vulneráveis à superexploração. A inclusão dessas espécies no Apêndice II ajudará a garantir que as exportações sejam legais e sustentáveis e estimulará uma melhor gestão”, detalhou.
“Pedimos a todos os países membros da CITES que apoiem essas propostas antes que as tartarugas cheguem à extinção", reforçou Lieberman.
Entre os pesquisadores de quelônios que assinam a carta está a especialista em quelônios da WCS Brasil, Camila Ferrara. “Destacamos a importância de proteger o mata-mata e também outros dois gêneros de quelônios, Kinosternon e Rhinoclemmys. Na Amazônia brasileira, temos uma espécie de cada um desses gêneros, a Aperema (Rhinoclemmys punctularia) e o Muçuã (Kinosternon scorpiodes)”, destacou a especialista.
Veja todas as recomendações da WCS sobre propostas e documentos em www.wcs.org/cites (disponíveis em inglês, francês e espanhol).
As opiniões da WCS sobre as propostas de alteração dos apêndices são baseadas nos critérios de listagem da CITES, em informações científicas e técnicas disponíveis e nas informações de nossos programas de campo e nacionais em todo o mundo. A WCS espera trabalhar com as Partes durante a COP19.