A integração entre os dois mosaicos de áreas protegidas busca fortalecer a governança e a implementação de ações no novo mosaico.

35ª Reunião do Conselho do Mosaico do Baixo Rio Negro. (Foto: Divulgação)
Entre os dias 10 e 12 de dezembro, foi realizada, em Novo Airão (AM), a 35ª reunião ordinária do Conselho do Mosaico do Baixo Rio Negro (MBRN) . A WCS Brasil, enquanto membro do conselho consultivo, esteve presente na atividade e viabilizou a participação de dois conselheiros do Mosaico do Baixo Rio Madeira (MBRM), com o objetivo de promover trocas de experiências e aprendizados para o mosaico recém-criado.
“O Mosaico do Baixo Rio Madeira, criado em 2025, é um ‘irmão caçula’ em relação ao Mosaico do Baixo Rio Negro, que já completou 15 anos de existência. Acreditamos que essa troca de experiências entre os conselheiros pode contribuir significativamente para a implementação do novo mosaico”, afirmou Rosivan Moura, analista de conservação da WCS Brasil, que acompanhou a reunião.
O primeiro dia contou com apresentações da Associação Zagaia, que apresentou a Rede de Mulheres da Reserva da Biosfera da Amazônia Central; do ICMBio, que compartilhou a evolução das parcerias no Parque Nacional do Jaú e em Anavilhanas; e da SEDECTI, que apresentou o Plano de Bioeconomia do Estado do Amazonas, lançado durante a COP30, em Belém (PA).
Durante a tarde, a Rede Sauim compartilhou experiências de participação em congressos nacionais e internacionais, além de ações desenvolvidas no território do Baixo Rio Negro, com foco no empoderamento de jovens, na conservação das florestas e na valorização dos costumes tradicionais.
Após a apresentação dos jovens, a WCS Brasil e os representantes do Mosaico do Baixo Rio Madeira apresentaram a composição do Conselho Consultivo, o histórico do processo de criação, as instituições envolvidas e as articulações políticas que resultaram no reconhecimento oficial do MBRM.

Apresentação do Mosaico do Baixo Rio Madeira durante a reunião do Conselho do MBRN. (Foto: Divulgação)
Representando o MBRM, participaram da atividade o presidente da CAARDS — Central das Associações Agroextrativistas e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Amapá —, Antônio Mário do Rosário Júnior, e o secretário de Meio Ambiente do município de Borba, Márcio Goes. Ambos são moradores e conselheiros do novo mosaico.
“Essa reunião descortinou muitos aprendizados para quem está iniciando no mosaico e contribuiu para ampliar nossa rede de contatos externos, tão importantes quanto os atores locais. O aprendizado aqui foi enorme”, destacou Márcio Goes.
O segundo dia da reunião do Mosaico do Baixo Rio Negro reuniu apresentações de pesquisas, experiências acadêmicas e relatos comunitários, com destaque para o estudo “MBRN 2040”, apresentado por Mariana Ferreira, e para as vivências de mestrandos do INPA em reservas da região.
A programação incluiu ainda contribuições internacionais sobre Reservas da Biosfera, um balanço das ações e desafios da RDS Amanã apresentado pela CAMURA e devolutivas dos conselheiros que participaram da COP30, em Belém, trazendo aprendizados, oportunidades e desafios do evento.
“Levamos daqui o aprendizado sobre o fortalecimento de projetos voltados para mulheres e a importância de priorizar a educação ambiental, especialmente a partir do fortalecimento dos saberes tradicionais como ferramenta para as futuras gerações”, destacou o secretário.
Sobre o Mosaico do Baixo Rio Madeira — O MBRM foi oficialmente reconhecido em 20 de fevereiro de 2025 como um instrumento de gestão integrada de áreas protegidas na área de influência da BR-319, no Amazonas. O mosaico reúne cinco Unidades de Conservação estaduais, uma federal e duas Terras Indígenas, somando aproximadamente 2,4 milhões de hectares, com o objetivo de fortalecer a conservação da biodiversidade, enfrentar ameaças como desmatamento e invasões, gerando benefícios socioambientais para as populações locais.