A Wildlife Conservation Society (WCS) combinou esforços de seus programas nacionais no Brasil, Paraguai e Argentina para discutir o combate ao tráfico de vida silvestre na tríplice fronteira entre os países latinoamericanos. O tema foi pauta de encontro, nesta quinta-feira (14/09), na Cidade do Leste, no extremo leste paraguaio.
O evento reuniu autoridades ambientais, forças de segurança, e sociedade civil para capacitações e trocas de experiências que resultaram na elaboração de uma proposta de protocolo participativo de combate ao crime de tráfico de vida silvestre na tríplice fronteira. A estratégia visa ampliar a cooperação entre os governos dos três países e organizações que atuam com o tema, visando coordenar esforços e implementar medidas mais rigorosas de fiscalização.
Conhecida por ser uma região de intenso fluxo de contrabando de mercadorias e de ações contra o tráfico de drogas, a fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina também é prioritária para o combate ao tráfico de fauna e flora silvestres. Espécies de aves (arara-azul, arara-canindé e papagaios), répteis (principalmente cobras), anfíbios e abelhas-sem-ferrão estão entre os animais mais ameaçados pelo tráfico nesta região.
“Essa fronteira é prioritária por ser uma porta de saída de animais traficados do Brasil para Argentina e Paraguai e, de lá, eles são levados para a Europa, Ásia e Estados Unidos. Devido à grande área de fronteiras do Brasil com esses países, é importante reforçar o controle para evitar a retirada da biodiversidade de solo brasileiro por estradas e rios nestas áreas. Além disso, aeroportos são pontos de intenso fluxo que podem servir para essa prática. Por isso, a articulação entre forças de segurança e ambientais é fundamental para que, em consonância, possam responder com precisão e mediante protocolos inteligentes ao tráfico de vida silvestre”, ressaltou o especialista em Combate ao Tráfico de Vida Silvestre da WCS Brasil, Antônio F. Carvalho, que participou do encontro.
Realizado pela WCS em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Paraguai, e com apoio do Escritório de Assuntos Internacionais de Narcóticos e Aplicação da Lei dos Estados Unidos (no inglês, INL - Bureau of International Narcotics and Law Enforcement Affairs), o encontro contou com representantes das Polícias Federal do Brasil, Paraguai e Argentina, Interpol, Forças Armadas do Paraguai, da Itaipu Binacional e de diversas outras autoridades ambientais e de aplicação da lei.